domingo, 14 de novembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Pasmem! Violência com Hora Marcada!
Pasmem! Violência com Hora Marcada!

Há pouco tempo em virtude de uma batida fiquei um mês sem carro. Nesse ínterim, logicamente, passei a me deslocar de ônibus. Não quero me reportar ao que poderia ser o melhor meio de transporte numa cidade de mais de 2,5 milhões de habitantes. Também não quero questionar a superlotação nos horários de pico; nem o desrespeito com idosos e demais passageiros prioritários; nem, muito menos, o fundo musical de gosto duvidoso do motorista sonoplasta. Refiro-me à insegurança, à rotina dos assaltos que se banalizaram ao ponto de serem realizados com hora marcada (entre 6 e 7 horas e entre 18 e 19 horas). Se houver quem pense: - Ah, isso é a realidade dos bairros populares! Eu respondo: - Ledo engano, amigo!
Entre o bairro onde moro e aquele em que trabalho eu percorro quase 13 km. Ou seja, na ida ou volta ao longo desses 26 km de "viagem" difícil é o dia em que não presencio uma violência: da abordagem acintosa dos "limpadores de para-brisas" ao assalto a mão armada.
Resumo da ópera: em dois meses já estive por duas vezes frente-a-frente com um assaltante armado. Na primeira à espera de um ônibus para ir ao trabalho, hoje parada num semáforo ao regressar para casa. Assim não dá!
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Dialética da Vida
Dialética da Vida
Hoje, me deparei com dois fatos que em sua essência se contrapõem e contradizem, os quais me levaram a refletir sobre a dialética da vida. Saio do trabalho e dirijo-me ao hospital para visitar uma prima por afinidade. Caminho por corredores labirínticos espreitando os cantos como a temer surgir um minotauro. Finalmente, chego à porta da UTI, toco a campainha e aguardo.
Alguns instantes depois a enfermeira surge na porta; identifico-me e peço-lhe informações sobre a paciente internada no leito-4. Ela nada sabe informar; explica que está na hora da troca de plantões. Insisto, perguntando-lhe se me seria possível vê-la por um instante. Com os lábios ela diz ser impossível exceto no horário de visita, porém, ao compasso de suas palavras afasta o corpo da abertura da porta franqueando-me uma visão panorâmica do salão da UTI.
Conto os leitos: 1, 2, 3 e 4. Identifico a posição geográfica da paciente pela qual busco notícias. De onde me encontrava só vislumbro a guarda à jusante do leito, mesmo assim dirijo-lhe o melhor de minhas energias. Ela jazia ali, bem como os outros também, resignadamente. Penso: oh! Meu Deus, ela é ainda tão nova, não tem 60 anos, possui filhos que ainda não estão de todo encaminhados na vida e que precisam dela, porque esse fim prematuro?... É o inverno!
Olho o relógio, já é tarde. Respiro fundo e refaço o caminho de volta sem os sobressaltos da vinda, o minotauro ficara trancado no salão inexpugnável da UTI.
Dirijo-me apressadamente para o carro; procuro uma moeda para dar ao garoto “flanelinha” em agradecimento (?) e sigo às pressas para a cerimônia de certificação do Conselho Profissional de meu filho. É o dia de ele ser credenciado como profissional liberal, habilitação imprescindível ao exercício da Fisioterapia. A vida está começando para ele e seus colegas. Virão agora concursos, empregos (alguns subempregos), consultórios, casamentos, filhos, ciclos sociais... É a primavera!
Fico pensando: tristeza e alegria; enfermidade e saúde; fim e começo!... Se Deus (ou a Natureza ou a Energia Cósmica ou-ou como se queira chamar) é perfeito; é criador de tudo o que seja e o que há; tudo sabe e tudo é... Porque a vida é tão imperfeita? Tão doída? Tão frustrante em sua finitude?...
Se a dialética é ciência e na ciência racionalismo e empirismo se contrapõem, porque não encontro respostas cognoscíveis, nem em um nem em outro, que satisfaçam a minha razão ou a minha emoção? Por quê?
Eu até poderia aceitar muitas “verdades” que se dizem, mas antes eu preciso entender o porquê?
Ana Martins
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